Não é muito conhecida, na cultura argentina, a influência negra. O tango faz parte da música viva do rio e da terra, e a origem dele teve sons que não ficam longe de místicas no ar de Montevideo ou do sul. Na bagunça do porto misturavam-se as novidades europeias com os ritmos cubanos e expressões italianas. Palavras como tango, quilombo ou milonga nem são espanholas. Os tambores marcaram os ritmos populares, até misturados com magia indígena. Os «acadêmicos» do tango nem se lembram da essência popular.
Angola faz parte do Brasil, mas também deixou marca na Argentina. A cara europeia portenha nem pode ocultar raízes de terra que integram paixões nacionais. O maior movimento social do país rende tributo aos lendários tambores duma murga. Até hoje um protesto ou um jogo não são os mesmos se não tiver um bombo ou tambor. Os sons do carnaval invadiram os portais antigos dos centros americanos, na Argentina, no Uruguai e no Brasil. Atualmente, em Buenos Aires se sabe que muitos negros fizeram parte da liberação da Argentina, Chile e Perú, no exército dos Andes do San Martín.